Para chegar ao destino de uma grande festa da educação no interior de Portel, foi preciso percorrer um longo caminho. Desta forma, saímos em comboio de motos pela rua Augusto Montenegro, que é a mesma da famosa Praia do Arucará. Depois de cruzar a ponte do igarapé Muim-Muim, já estávamos no trajeto, que no período é cheio de poças de água, característico do período de chuvas.
Percorremos por cerca de 24 quilômetros, passando nas proximidades dos belos balneários que encanta muita gente, tanto pessoas do próprio município quanto aquelas vindas de outras localidades. Apesar da distância, andar sobre duas rodas é sempre um prazer renovado, mesmo com os pingos de chuvas a cair durante toda a viagem.
Logo estávamos na localidade Boa Vista, onde fica localizada a Escola Ezídio Maciel. A frente dessa unidade escolar é repleta de areia, que recentemente recebeu algumas mudas de ipê roxo, espécie que se adapta muito bem ao solo arenoso. Ao lado direita da escola fica a capela e a unidade de saúde. Já para o lado esquerdo, situa-se o centro, nome dado aos galpões de eventos da comunidade, outrora muito famosos pelos suntuosos bailes dançantes, hoje proibidos pelos líderes da paróquia local.
É nesse centro que os alunos, os protagonistas da festa, serão homenageados pelos professores, gestão e coordenação escolar e seus familiares, numa despedida dos anos do Ensino Fundamental. A cerimônia é antecedida por um culto, cujo musical é conduzido por membros da comunidade, como Edevaldo, um dos remanescentes dos músicos dos saudosos bailes de salão, nos quais debutavam as adolescentes numa tradição hoje não mais existente no município de Portel.
Os membros das famílias procedem de diversas partes do rio e se aglomeram confortavelmente nas mesas previamente reservadas a eles, que estão ansiosos em ver o fim de uma história de ensino para entrar na etapa final da educação básica. As mesas foram marcadas pela foto emoldurada de seus filhos, dando um toque especial de consideração por parte dos organizadores.
Sendo esta a terceira vez que acontece uma formatura desse porte, alunos puderam sentir a valorização dada à formação em épocas em que seus pais não tiveram tanta oportunidade. É hora de sonhar com um futuro de glória no avanço de suas escolaridades para, enfim, chegar à universidade, como o caso da própria diretora que, sendo filha de acutipereirenses, estudou até se formar e hoje contribui com a escolarização de seus conterrâneos. Parabéns ao povo do Acutipereira!
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